domingo, 27 de junho de 2010

O Fardo da Virgindade

Olá!!

Não atualizai mais o blog desde que voltei da clínica.
Sim, eu fui lá! Fiquei cerca de 10 dias com os doidos, foi a experiência mais horripilante da minha vida, mas eu não vou ficar falando sobre isso por dois motivos:

1- Já faz três meses e eu nem lembro direito mesmo, porque a abstinência fez meu cérebro dar voltas dentro do meu crânio.

2- Eu não quero.

O que eu posso dizer é que conheci uma celebridade nacional lá. E eu não sou cruel o suficiente para anunciar na internet quem é esta pessoa e o que ela andou fazendo nos últimos meses.

Mas eu sou cruel o suficiente para informar que minha Melhor Amiga (menor de idade), perdeu sua virgindade. Aplausos para a Melhor Amiga!!!


***


Então... era um belo dia de sol quando eu recebi a ligação dela, anunciando com hesitação que seu cinto de castidade havia sido destrancado. Deixe-me descrever a cena.

Melhor Amiga: Celina, eu tenho uma coisa pra te dizer. É urgente!

Eu: O que foi que houve???!!!

MA: Este fim de semana aconteceu uma coisa. De tarde me convidaram para ir num show e daí eu aceitei, só que eu não sabia...

Eu: DIZ LOGO O QUE ACONTECEU!

MA: Eu perdi minha virgindade.

Eu: putaquepariu... Hmm... Legal. Espera só um minuto?

Então eu andei silenciosamente até o meu quarto, fechei a porta e gritei como se fosse uma daquelas pessoas que sempre morrem no início dos filmes de terror. Daí eu procedi a entrar em depressão profunda e jogar coisas que não quebram (como roupas e papéis) na parede.

Eu NÃO acredito que eu ainda sou virgem!!! E não acredito que eu em pleno 19 anos de idade (quase completando 20) ainda sou virgem, e aquela pirralha de 16 não é mais!!!

O que será de mim????

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

AAAAAAAAARRRGH

Pois é pessoal (ninguém), lembra que eu falei sobre como eu estava tomando mais tranquilizantes do que um esquizofrênico? Isso era um problema que eu achava que poderia lidar. São só tranquilizantes, não é crack!

Bom, acontece que eu não posso mais lidar, eu estou total e completamente perdida num mar de benzodiazepínicos. Dois dias atrás, quando minha cartela acabou eu tive um ataque de pânico tão grande que achei que ia me matar. Dentro do meu cérebro havia uma discussão: Faz isso, faz logo, você tem que morrer, não tem como ir em frente, não dá para aguentar. Não, não faz isso! E todos os seus sonhos e suas família? Isso é só impulso e você precisa segurar. Mas eu não tenho razão pra viver!!

E no mesmo dia eu contei isso para minha mãe, como eu estava considerando seriamente me matar. Nós conversamos por horas, e horas... e eu vi que a minha vida foi roubada por um vício (não é crack, mas é um vício!!) e adivinha só?????

Eu vou ser internada. Num hospital psiquiátrico. Semana que vem.

E eu estou ótima com isso, isso é realmente ótimo. (NÃO!!)

Ai meu Deus. Eu vou ficar num hospital, ai não!! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH

Imagina só quando minha melhor amiga ligar. ("Ela não pode falar agora, ela está num HOSPITAL PSIQUIÁTRICO.") Todos vão saber, eles vão saber e vão começar a me olhar esquisito, daquele jeito que olham pra pessoas loucas.

AH MEU DEUS, EU TO VIVENDO NUM LIVRO DA SYLVIA PLATH.
Eu sou a Esther Greenwood. O que eu vou dizer pra minha amiga, da próxima vez que ela ligar???? Oi, amiga. EU SOU A ESTHER GREENWOOD. Só tá me faltando os eletro-choques e uma viagem a Nova York!!

Eu sou o Holden Caulfield, só que com um vício em remédios.

Eu não quero ir.... AAAAAAAAAAAAH NÃO.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Eu odeio Carnaval!

O carnaval acabou!
Até que enfim!

De todos os feriados o único que odeio verdadeiramente é o carnaval. Odeio as festas, os desfiles, os blocos, as músicas, TUDO remotamente ligado ao carnaval.

O irônico é que este ano, para variar eu fui numa festa de carnaval. Fui praticamente arrastada, minha amiga tinha ingressos e me levou naquela coisa. Tinha tudo que se podia esperar: músicas de axé (ódio), muita gente (ódio maior ainda), e tanta pulação que parecia que não haveria amanhã (TERROR). O negócio todo deu errado.

Quando eu cheguei no lugar e vi aquilo tudo, a primeira coisa que fiz foi ir para o bar, eu sabia que não podia aguentar aquilo lúcida. Dito e feito, uma hora depois eu já estava tropeçando pelo lugar. E nem isso me curou do terror do carnaval!! Meus pés começaram a doer como se eu estivesse parada em cima de um ralador de queijo, então forcei minha amiga a irmos embora.

Ela estava quase chorando, porque queria a qualquer custo ficar no lugar, ficava inventando desculpas para não sairmos, e eu só olhei pra ela e disse: "Você está querendo fazer isso para ficar aqui, porque eu to te dizendo, eu vou embora de qualquer jeito!". Foi aí que ela começou a querer chorar, e foi aí que eu quase dei um tabefe na cara dela e disse: "Você vai querer começar a chorar agora só porque você tem que sair mais cedo da PIOR FESTA DE TODOS OS TEMPOS. Não tente sua chantagem emocional comigo, filha. Eu INVENTEI chantagem emocional."

É claro que eu não disse nada disso, ou eu nunca mais veria a unica amiga que eu tenho, mas passou perto. Não sou uma pessoa horrível! Mas quando você sente que está prestes a amputar seu próprio pé fora porque não aguenta a dor, você entendo o tipo de stress. E a festa era péssima, eu entenderia se não fosse... até ela admitiu que era ruim. Oras...

Mas que tarde mais insuportável!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Sobre depressão e piercings

Eu estou total e completamente viciada em tranqüilizantes.

Acabei de tomar clonazepam e diazepam ao mesmo tempo. Dois de cada. E porquê? Eu me pergunto: Sem nenhum motivo específico, eu não estou nervosa, ou tendo nenhuma crise, a unica coisa que eu sinto é raiva (como sempre) e um desconforto. Como se eu estivesse no corpo de outra pessoa e esteja estranhando isso.

Eu realmente não sei mais o que fazer, parece que tudo fugiu de controle, a minha vida se transformou num quebra-cabeças desfeito, e eu tento colocar as peças no lugar mas elas não encaixam.

***

Esse ano resolvi fazer vestibular, não sei como vou aguentar fazer cursinho. Não quero desistir, mas como estou sempre desistindo de tudo, tenho medo. Cada manhã que eu acordar para ir aprender matemática eu sei que vou pensar "Eu não preciso fazer isso se eu não quiser. Eu posso ficar em casa e assistir TV". Este pensamento já me fez desistir de tantas coisas que tenho medo dele como da morte.

Não sei o que estou fazendo aqui hoje, o porque da paranóia e do meu corpo coçar como se fosse alérgica aos meus pensamentos. Só sei que, as vezes acho que vou enlouquecer.

***

Aproveitando que ninguém lê esse blog e minha melhor amiga nunca vai achar ele, e mesmo se achar, não vai reconhecer que sou eu aqui, eu gostaria de dizer algo:

Querida Melhor Amiga,

Você fez um piercing no umbigo, eu sei que disse que achava bonitinho e tudo mais, mas a verdade é que eu o ODIEI. Piercings no umbigo são vulgares e totalmente fora de moda. Eles fazem você parecer com a idiotíssima Britney Spears (não no ínicio da carreira, a Britney tresloucada e ridícula de hoje em dia). E eu sei que você acha que eu estou com inveja de você, mas eu não poderia ter menos inveja de ALGO TÃO INFANTIL, IMBECIL E SEM NOÇÃO como um anel IDIOTA pendurado na sua barriga.

Com amor sincero e muita raiva, Celina.

***

Meu Deus, se alguém que eu conheço ler isso aqui eu estou tão morta.

Ah, o efeito do diazepam começou. Vejo vocês - ninguém - mais tarde.

sábado, 30 de janeiro de 2010

A Praia

Olá, você aí.

Poxa, eu esqueci, não tem ninguém lendo isso, então eu estou basicamente falando sozinha. Não muito diferente do que eu faço todo dia considerando o fato de que sou MALUCA, mas ok. Sabe, porque ter um blog? Isso aqui é igual um diário pessoal porque ninguém vai ler mesmo, e isso pode ser chato, mas é reconfortante de uma forma estranha, o fato de que isso é só meu e ninguém nunca vai ler. A não ser que alguém apareça e leia.

Francamente, eu não ligo. Para o caso de alguém estar aí do outro lado desta tela, por favor deixe um comentário só para eu saber que você existe. Nem que seja só para dizer "oi" ou me xingar.

***

Então... eu fui a praia, blá, blá, blá. Foi exaustivo e um pouco chato. Engraçado como agente acha o máximo tomar banho de mar quando é criança, e quando crescemos ficamos tipo "ah, não sei, não quero fazer chapinha de novo".

O negócio é que eu fui obrigada a ir a praia, porque no dia anterior eu tinha tido uma crise de ansiedade terrível e estava chorando da forma mais histérica possível porque eu achava que ia morrer e essas coisas (não, eu não sou emo... eu tenho uma doença que faz eu ter essas crises, explicada no post anterior). E como sempre, a minha mãe ficou super preocupada comigo, o que me fez sentir ainda mais horrível por ser uma filha tão problemática e chorar mais ainda até que eu me cansei, tomei uns calmantes e fui dormir.

No dia seguinte, minha mãe acordou toda feliz me convidando para ir na praia e eu sabia o que isso significava: ela estava tentando me animar. Não há nada mais deprimente do que uma pessoa tentar nos animar. Eu não estava com vontade nenhuma de sair mais eu vi o quanto era importante para ela que eu "parecesse" estar bem, então eu fui.

Foi divertido até, mas eu fingi estar super animada, o que é exaustivo.

Tendo todos os problemas psicológicos que eu tenho, e mantendo tanta gente preocupada comigo, eu preciso dar um descanso para eles. Porque, todo mundo fica triste e eu não posso pensar que tenho monopólio da depressão só porque tenho um transtorno de personalidade.

Eu acho que as vezes minha família fica mais deprimida por mim do que eu mesma.

***

Uau, esse é o blog mais deprimente que já houve. Seria bom que soubessem: eu não uso delineador, franja, ou all star. E nunca pintei meu cabelo de preto! E ODEIO Nx Zero, não tirem conclusões erradas da minha depressão.

E a todos que acham que depressão é uma frescura de adolescentes adoradores de Crepúsculo, eu espero que vocês tenham um ataque de pânico num elevador e fiquem 3 MESES sem sair da cama com medo da morte, daí agente conversa.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O Motivo

Oi.


Então, meu nome é Celina.


Eu não gosto desse nome, é muito abrasileirado, queria que fosse Celine, igual aquele filme Antes do Amanhecer, mas enfim...


Não estou aqui para falar do meu nome, bom talvez esteja um pouco, mas não exclusivamente. Estou aqui para falar sobre o fato de eu ter Transtorno de Personalidade Borderline, ou Limítrofe como alguns chamam. Este blog não apenas para falar da doença, mas da convivência com ela, mas como este é um post de introdução seria melhor eu explicar o que é. E como eu não tenho paciência para isso vou copiar e colar:


Borderline é um transtorno de personalidade que traz sérias conseqüências para a pessoa, seus familiares e seus amigos próximos. O termo "fronteiriço" não se refere ao limite entre um estado normal e um psicótico. Ele se refere a uma instabilidade constante de humor.

Não é muito freqüente. Nos USA se considera 2% da população, (mas cuidado, geralmente as estatísticas lá são exageradas). Muito mais freqüente em mulheres do que em homens (por isso a página é escrita no feminino).

Sintomas (claro que nem todas as Borderline tem todos estes sintomas):

  • Medo de abandono: uma necessidade constante, agoniante de nunca se sentirem sozinhas, rejeitadas e sem apoio.
  • Dificuldade de administrar emoções
  • Impulsividade.
  • Instabilidade de humor. As oscilações de humor do DAB ou TAB - Distúrbio ou Transtorno Afetivo Bipolar duram semanas ou meses, mas as Borderline têm oscilações de minutos, horas, dias. Essas oscilações de humor incluem depressões, ataques de ansiedade, irritabilidade, ciúme patológico, hetero- e auto-agressividade. Uma paciente marca a consulta informando que está super deprimida, querendo morrer. No dia seguinte chega à consulta bem humorada, bem vestida, maquiada, vaidosa.
  • Comportamento auto-destrutivo (se machucar, se cortar, se queimar). As portadoras de Borderline dizem que se machucam para satisfazer uma necessidade irresistível de sentir dor. Ou porque a dor no corpo "é melhor que a dor na alma".
  • Tentativas de suicídio, mais freqüentemente as de impulso do que as planejadas.
  • Mudanças de planos profissionais, de círculos de amizade.
  • Problemas de auto-estima. Borderlines se sentem desvalorizadas, incompreendidas, vazias. Não tem uma visão muito objetiva de si mesmos.
  • Muito impulsivas: idealizam pessoas recém conhecidas, se apaixonam e desapaixonam de maneira fulminante.
  • Desenvolvem admiração e desencanto por alguém muito rapidamente.
  • Alta sensibilidade a qualquer sensação de rejeição. Pequenas rejeições provocam grandes tempestades emocionais. Uma pequena viagem de negócios do namorado ou marido pode desencadear uma tempestade emocional completamente desproporcional (acusações de rejeição, de abandono, de não se preocupar com as necessidades dela, de egoísmo, etc.).
  • A mistura de idealização por alguém e a extrema sensibilidade às pequenas rejeições que fazem parte de qualquer relacionamento são a receita ideal para relacionamentos conturbados e instáveis, para rompimentos e estabelecimento imediato de novos relacionamentos com as mesmas idealizações.
  • Mais raramente, episódios psicóticos (se sentirem observadas, perseguidas, gozadas, comentadas).



É isso aí que eu tenho. E é um saco.


Psiquiatras são um saco, falando nisso. Cada um tem a sua teoria, NENHUM diz para mim o diagnóstico. Eles dizem que se ficarem falando nomes de doenças eu vou me sentir rotulada. Sabe o que é pior que se sentir rotulada? Se sentir completamente confusa sobre minha condição. Ainda bem que agora sei de fato o que tenho, mas você acharia que eles me dariam alguma informação extra? NÃO. É só "Entendo... vou te receitar isso e aquilo e aquilo outro, buh-bye".


Sabe o que eu tenho a dizer sobre isso?: Controladores de humor não tem graça nenhuma e ainda te deixam com sono o dia todo. Argh.