sábado, 30 de janeiro de 2010

A Praia

Olá, você aí.

Poxa, eu esqueci, não tem ninguém lendo isso, então eu estou basicamente falando sozinha. Não muito diferente do que eu faço todo dia considerando o fato de que sou MALUCA, mas ok. Sabe, porque ter um blog? Isso aqui é igual um diário pessoal porque ninguém vai ler mesmo, e isso pode ser chato, mas é reconfortante de uma forma estranha, o fato de que isso é só meu e ninguém nunca vai ler. A não ser que alguém apareça e leia.

Francamente, eu não ligo. Para o caso de alguém estar aí do outro lado desta tela, por favor deixe um comentário só para eu saber que você existe. Nem que seja só para dizer "oi" ou me xingar.

***

Então... eu fui a praia, blá, blá, blá. Foi exaustivo e um pouco chato. Engraçado como agente acha o máximo tomar banho de mar quando é criança, e quando crescemos ficamos tipo "ah, não sei, não quero fazer chapinha de novo".

O negócio é que eu fui obrigada a ir a praia, porque no dia anterior eu tinha tido uma crise de ansiedade terrível e estava chorando da forma mais histérica possível porque eu achava que ia morrer e essas coisas (não, eu não sou emo... eu tenho uma doença que faz eu ter essas crises, explicada no post anterior). E como sempre, a minha mãe ficou super preocupada comigo, o que me fez sentir ainda mais horrível por ser uma filha tão problemática e chorar mais ainda até que eu me cansei, tomei uns calmantes e fui dormir.

No dia seguinte, minha mãe acordou toda feliz me convidando para ir na praia e eu sabia o que isso significava: ela estava tentando me animar. Não há nada mais deprimente do que uma pessoa tentar nos animar. Eu não estava com vontade nenhuma de sair mais eu vi o quanto era importante para ela que eu "parecesse" estar bem, então eu fui.

Foi divertido até, mas eu fingi estar super animada, o que é exaustivo.

Tendo todos os problemas psicológicos que eu tenho, e mantendo tanta gente preocupada comigo, eu preciso dar um descanso para eles. Porque, todo mundo fica triste e eu não posso pensar que tenho monopólio da depressão só porque tenho um transtorno de personalidade.

Eu acho que as vezes minha família fica mais deprimida por mim do que eu mesma.

***

Uau, esse é o blog mais deprimente que já houve. Seria bom que soubessem: eu não uso delineador, franja, ou all star. E nunca pintei meu cabelo de preto! E ODEIO Nx Zero, não tirem conclusões erradas da minha depressão.

E a todos que acham que depressão é uma frescura de adolescentes adoradores de Crepúsculo, eu espero que vocês tenham um ataque de pânico num elevador e fiquem 3 MESES sem sair da cama com medo da morte, daí agente conversa.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O Motivo

Oi.


Então, meu nome é Celina.


Eu não gosto desse nome, é muito abrasileirado, queria que fosse Celine, igual aquele filme Antes do Amanhecer, mas enfim...


Não estou aqui para falar do meu nome, bom talvez esteja um pouco, mas não exclusivamente. Estou aqui para falar sobre o fato de eu ter Transtorno de Personalidade Borderline, ou Limítrofe como alguns chamam. Este blog não apenas para falar da doença, mas da convivência com ela, mas como este é um post de introdução seria melhor eu explicar o que é. E como eu não tenho paciência para isso vou copiar e colar:


Borderline é um transtorno de personalidade que traz sérias conseqüências para a pessoa, seus familiares e seus amigos próximos. O termo "fronteiriço" não se refere ao limite entre um estado normal e um psicótico. Ele se refere a uma instabilidade constante de humor.

Não é muito freqüente. Nos USA se considera 2% da população, (mas cuidado, geralmente as estatísticas lá são exageradas). Muito mais freqüente em mulheres do que em homens (por isso a página é escrita no feminino).

Sintomas (claro que nem todas as Borderline tem todos estes sintomas):

  • Medo de abandono: uma necessidade constante, agoniante de nunca se sentirem sozinhas, rejeitadas e sem apoio.
  • Dificuldade de administrar emoções
  • Impulsividade.
  • Instabilidade de humor. As oscilações de humor do DAB ou TAB - Distúrbio ou Transtorno Afetivo Bipolar duram semanas ou meses, mas as Borderline têm oscilações de minutos, horas, dias. Essas oscilações de humor incluem depressões, ataques de ansiedade, irritabilidade, ciúme patológico, hetero- e auto-agressividade. Uma paciente marca a consulta informando que está super deprimida, querendo morrer. No dia seguinte chega à consulta bem humorada, bem vestida, maquiada, vaidosa.
  • Comportamento auto-destrutivo (se machucar, se cortar, se queimar). As portadoras de Borderline dizem que se machucam para satisfazer uma necessidade irresistível de sentir dor. Ou porque a dor no corpo "é melhor que a dor na alma".
  • Tentativas de suicídio, mais freqüentemente as de impulso do que as planejadas.
  • Mudanças de planos profissionais, de círculos de amizade.
  • Problemas de auto-estima. Borderlines se sentem desvalorizadas, incompreendidas, vazias. Não tem uma visão muito objetiva de si mesmos.
  • Muito impulsivas: idealizam pessoas recém conhecidas, se apaixonam e desapaixonam de maneira fulminante.
  • Desenvolvem admiração e desencanto por alguém muito rapidamente.
  • Alta sensibilidade a qualquer sensação de rejeição. Pequenas rejeições provocam grandes tempestades emocionais. Uma pequena viagem de negócios do namorado ou marido pode desencadear uma tempestade emocional completamente desproporcional (acusações de rejeição, de abandono, de não se preocupar com as necessidades dela, de egoísmo, etc.).
  • A mistura de idealização por alguém e a extrema sensibilidade às pequenas rejeições que fazem parte de qualquer relacionamento são a receita ideal para relacionamentos conturbados e instáveis, para rompimentos e estabelecimento imediato de novos relacionamentos com as mesmas idealizações.
  • Mais raramente, episódios psicóticos (se sentirem observadas, perseguidas, gozadas, comentadas).



É isso aí que eu tenho. E é um saco.


Psiquiatras são um saco, falando nisso. Cada um tem a sua teoria, NENHUM diz para mim o diagnóstico. Eles dizem que se ficarem falando nomes de doenças eu vou me sentir rotulada. Sabe o que é pior que se sentir rotulada? Se sentir completamente confusa sobre minha condição. Ainda bem que agora sei de fato o que tenho, mas você acharia que eles me dariam alguma informação extra? NÃO. É só "Entendo... vou te receitar isso e aquilo e aquilo outro, buh-bye".


Sabe o que eu tenho a dizer sobre isso?: Controladores de humor não tem graça nenhuma e ainda te deixam com sono o dia todo. Argh.